Sexta, 07/01/2010
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Luis Inácio Lula da Silva já entrou para a história como o presidente da República mais admirado deste país. Pelo visto, vai ter que se esforçar um pouco para ser um ex-presidente respeitado.
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A dimensão de um homem público se mede pelos exemplos que ele deixa de herança. Como mandatário da nação, Lula deu algumas lições de bom tamanho. A principal, que o Brasil é viável, e o brasileiro, um cidadão do mundo.
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A auto-estima vai bem, obrigado. Mas o espírito crítico começa a se inquietar quando vemos o também ex-metalúrgico aceitar benefícios do Estado para ele e sua família. Benefícios, diga-se, aparentemente legais. E que nada têm de exemplar.
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Passar alguns dias numa reserva militar ou conceder passaportes especiais para seus filhos são privilégios tão pequenos que podiam ser dispensados em nome da provável grandeza de sua biografia.
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"Não se apequene", disse o falecido líder tucano Sérgio Motta ao então presidente Fernando Henrique Cardoso. Hoje sabemos todos muito bem qual foi a real envergadura do governo FHC.
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No dia da posse de Dilma Rousseff vimos com que emoção (e apego?) alguém pode deixar um cargo. E assistimos, em seguida, um homem voltar com dignidade (e tristeza?) à sua vida comum. Foram cenas simples, decentes.
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Lula não precisa de favores. E também não devemos nenhum a ele. O que ele merece é respeito. E, como ele mesmo já provou, isso se conquista. Não se ganha de presente.
Oprovocador
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