Grandes projetos estruturantes, em qualquer parte do Brasil, costumam enfrentar inúmeras barreiras. Estas se encontram tanto em uma legislação ambiental rigorosa (muitas vezes em excesso), quanto nos movimentos sociais que se propõem a uma defesa extrema do meio ambiente, quase sempre deixando de lado o entendimento de que é necessário conciliar proteção à natureza e desenvolvimento.
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O economista Sérgio Besserman Vianna, ex-diretor do BNDES, é enfático ao condenar a visão anacrônica dos que opõem desenvolvimento e questões ambientais. Segundo Vianna, “esse anacronismo não corresponde mais à realidade” e “quem continuar apostando nisso vai errar, pois a economia global está iniciando a maior transição tecnológica desde a Revolução Industrial”.
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O fortalecimento da democracia brasileira e a consolidação de suas instituições são fatores que têm estimulado os grandes investimentos. O país vive um dos melhores momentos de sua economia, graças a um clima favorável e à compreensão de que o Brasil finalmente atingiu a maturidade que lhe permitirá empreender voos elevados. No entanto, persistem as barreiras.
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Falando especificamente sobre o Complexo Porto Sul, é impressionante como este empreendimento – calcado em uma visão estratégica voltada à descentralização do desenvolvimento da Bahia – desperta a ira de um determinado e reduzido, apesar de bastante articulado, setor da sociedade. Matéria publicada neste domingo (27) no jornal A Tarde indica os interessados no naufrágio do projeto: operadores dos portos de Suape, em Pernambuco, Pecém, no Ceará, e o empresário Eike Batista, que constrói o Superporto de Açu, no norte fluminense, estão entre eles.
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São as tais “forças ocultas” às quais o governador Jaques Wagner se referiu em pronunciamento na Assembleia Legislativa da Bahia. É gente que hoje fatura ou que pretende faturar no futuro com o escoamento de produtos que a Bahia atualmente não tem condição de despachar. É a essa turma que interessa espalhar a fantasia de que o projeto público está atrelado unicamente ao interesse de uma empresa privada.
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Além das forças ocultas, há também os interesses travestidos. Gente que se fantasia de defensora da causa ambiental, mas que na verdade está associada a outras causas. É de espantar, por exemplo, a “preocupação” do senhor Fábio Feldman com o meio ambiente de Ilhéus, cidade onde serão instalados o porto e o aeroporto do Complexo Intermodal. Feldman foi deputado e secretário do meio ambiente de São Paulo e não se sabe quais foram suas grandes contribuições à natureza naquele estado. O Rio Tietê, por exemplo, seria um bom mote para Feldman levantar sua bandeira.
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O meio ambiente em Ilhéus de fato merece atenção. Nos últimos 20 anos, acentuou-se o processo de degradação de áreas de mangue, como acontece nas invasões da Rua do Mosquito e do bairro Teotônio Vilela. Os areeiros atuam á margem da lei. Os rios e a Baía do Pontal recebem esgoto sem tratamento. A Mata da Esperança, uma das maiores florestas urbanas do mundo, enfrenta um agressivo e contínuo processo de desmatamento. Na zona norte, loteamentos irregulares há muito tempo destroem espécies da Mata Atlântica e modificam a paisagem...
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Tudo isso ocorre há muitos anos, sem que nenhum dos atuais opositores do Porto Sul tenha levantado sua voz. Há que se perguntar porque os contrários somente peçam passagem quando o impacto ambiental está relacionado a um projeto de infraestrutura, que tem o objetivo de melhorar a performance da economia baiana e gerar desenvolvimento em nosso estado. É aí que fica claro porque se movem e a quem atendem os que se articulam contra o Porto Sul.
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Se a causa fosse a defesa do meio ambiente, seria nobre, ainda que desfocada. Mas os interesses sub-reptícios pelos quais os pretensos donos da verdade pedem passagem são os que desejam manter a Bahia como um estado de opções limitadas. No caso de Ilhéus, propagam que o cacau e o turismo não podem conviver com o complexo logístico e as indústrias que ele irá atrair. Argumento míope e falso, pois o cacau não sofrerá nenhuma influência do empreendimento e, em alguns aspectos, o turismo será até beneficiado, deixando de ser sazonal e ativo em apenas uma estação do ano.
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Outra desonestidade é misturar o projeto público do Complexo Intermodal como o projeto privado da Bahia Mineração. Quem propaga essa bobagem omite informações importantes sobre o Intermodal, uma estrutura ampla e que tem um papel estratégico bem definido. A Bahia hoje perde receita e deixa de exportar vários produtos por não ter uma logística capaz de atender a uma demanda crescente. Grãos, fertilizantes, minérios e combustíveis serão escoados pela Ferrovia Oeste – Leste e pelo Porto Sul. No futuro, com a interligação entre a Fiol e a Ferrovia Norte-Sul, a movimentação de cargas será ainda maior, de modo que ainda é precipitado afirmar que produto mais utilizará a estrutura da ferrovia e do porto.
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O uso da Ferrovia Centro Atlântica, com o transporte do minério de ferro de Caetité até o Porto de Aratu, outra tese defendida por Feldman e Cia., seria inviável porque Aratu não possui estrutura para suportar novas cargas e a FCA é obsoleta. Além disso, esta opção comprometeria a estratégia de levar o desenvolvimento para o interior do Estado.
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Importante destacar que quem pratica bravata não se presta a nenhum tipo de esclarecimento. E as informações sobre o Complexo Intermodal Porto Sul sempre estiveram à disposição da sociedade. Representantes do poder público, envolvidos com o empreendimento, se cansaram de vir à região dar informações sobre o empreendimento
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A militância contrária ao Complexo Intermodal é míope e, como tal, não enxerga um palmo à frente do nariz. Usa da mentira deslavada e a ignorância, desprezando o fato de que é perfeitamente legítima uma parceria público-privada para viabilizar uma ação de governo. Felizmente, esse grupelho não tem respaldo na comunidade regional, que já enxerga seus verdadeiros objetivos e ligações. A máscara verde já caiu há muito tempo.
.Coordenação Geral do COESO
Aldircemiro Ferreira Duarte Luz
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