LAGRIMAS DE CROCODILHO...

Editorial:

A culpa é da Imprensa

Sexta, 25/09/2009

O Conselho de Saúde de Ilhéus jogou na lata de lixo – e nem se deu ao trabalho de fechar a tampa - a oportunidade de dar um grande exemplo de como fiscalizar com independência os recursos públicos de uma cidade. Depois de denunciar indícios graves de irregularidades na gestão dos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), o conselho – nem todos os seus membros, óbvio – resolveu retroceder. “Descobriu” que não tinha dado um direito elementar a qualquer acusação: o direito de defesa. Por 10 votos a sete, os conselheiros resolveram esquecer o que já fora feito e dar um prazo de 10 dias para que a secretaria municipal de Saúde defenda o indefensável. Na prática: acusou, condenou e reconheceu que cometeu um grande erro.

Afinal, o que será mesmo dito pela secretária Marleide Figueiredo para justificar a renovação – com reajuste, pasmem – de aluguéis de prédios em ruínas onde deveriam estar funcionando unidades de saúde para atendimento à população carente do município? Como justificar o investimento de 400 mil reais numa reforma de um prédio alugado sob o pretexto de que, depois, ele será desapropriado e anexado ao patrimônio público? O que ela dirá para justificar que o processo deveria ser justamente o inverso: ao invés de reformar para desapropriar o ideal seria desapropriar para reformar?

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