QUEM SOMOS: Grupo: POR UMA ILHÉUS PARA TODOS...

Sugestões, críticas, etc unidosporilheus@gmail.com

domingo, 9 de agosto de 2009

UM SENADO DE PÊSAMES...



O INSUSTENTÁVEL PESO DE SARNEY
Domingo, 09/08/2009
Se o Senado Federal não chegou ao fim do poço é porque o poço da principal Casa Legislativa brasileira não existe... A instituição está em acelerado processo de ridículo; da inimaginável baixaria; do desrespeito e da deselegância absolutas. As discussões só não atingem a sua imagem porque a imagem já não existe. Está no lixo. E assim continuará enquanto José Sarney estiver na presidência da instituição, dando a impressão de estar alheio, com o olhar perdido no nada, sem interferir nas discussões de plenário que emasculam o poder, enfim, perdido em qualquer lugar da sua consciência onde se refugiou. Sarney abandonou a resistência estudada e estruturada por algum advogado em seu discurso pretensamente explicativo, e se perdeu afundado na cadeira que não quer abandonar.
Na sessão da quinta-feira, marcada pelo bate-boca entre os senadores Renan Calheiros e Tasso Jereissati, ele parecia que já não sabia sequer onde ficava a campainha para tocar e colocar ordem na desordem da Casa. Ou ele se fez de alheio, por pura manha de velha raposa política.
Enquanto os senadores se estraçalhavam no plenário, eminusitadas e vergonhosas discussões, o presidente Sarney se refugiava na “Terra do Nunca”, imaginando-se um Peter Pan, uma mera fantasia ou arremedo dos seus tempos de poder, da época em que ocupou a Presidência da República substituindo Tancredo Neves para fazer a transição suave entre a ditadura (a qual serviu) e a democracia.
Inconformados com a marmelada comandada pelo presidente do Conselho de Ética, o senador Paulo Duque, que arquivou cinco representações contra o maranhense na quintafeira, e as demais (sete) na sexta-feira, os senadores começaram a recolher assinaturas já na quinta para afastá-lo do cargo no qual se agarra, indo buscar forças no que há de pior no Senado Federal. A exemplo dos senadores Renan Calheiros, Fernando Collor, Gim Argello, Epitácio Cafeteira, Wellington Salgado (uma figura que a própria imagem o revela), além, é claro, do presidente Lula. O presidente imagina que Sarney, com a sua tropa brancaleone, poderá contribuir para a campanha e eleição de Dilma Rousseff, o que não creio que aconteça.
Já são muitas as assinaturas dos senadores. Poderão chegar a 46, número suficiente para derrubar Sarney do poder, no plenário da Casa. Se esse número for alcançado, passa a ser maioria num colegiado composto por 81 integrantes. Os senadores do PT serão o fiel da balança.
O partido fica, assim, em posição absolutamente desconfortável.
Alguns deles já assinaram o documento, mas o líder Aloizio Mercadante, completamente desgastado até pelo Palácio do Planalto, resiste. Acha que o PT já redigiu o seu próprio documento para afastar Sarney e que isso basta.
Os senadores, primeiramente, recorrerão (é o trâmite regimental) ao plenário do Conselho de Ética, onde, seguramente, perderão.
Neste colegiado, Sarney tem maioria com a sua tropa do baixo clero. A terceira etapa será o plenário do Senado Federal, cuja manifestação, se majoritária for, poderá levar ao afastamento do senador do Amapá, nascido no Maranhão. Dependerá, no entanto, dos votos petistas. Sarney, por ora, representa um insustentável peso para o Senado, para parodiar, à distância, o título do memorável livro A Insustentável Leveza do Ser. Escapou-lhe a grandeza de entender que está na hora – aliás, já passou – de deixar o cargo para não prejudicar o senado Federal, consequentemente a República.
Enquanto lá estiver, o Senado será, mais do que nunca, a Casa do sem jeito e da baixaria. Porque esta é, na verdade, a atual, espero que passageira, real representação da indecente e amoral imagem da instituição...
SamuelCelestino

Nenhum comentário: