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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

SEMPRE É BOM LEMBRAR...

É HORA DE DILMA PAGAR O QUE DEVE

Samuel Celestino

Quinta.11/11/2010

Aqui na Bahia, imagina-se que o governador Jaques Wagner não enfrentará grandes problemas para montar a equipe de secretários do segundo mandato. Pelo menos teoricamente, a partir da eleição que obteve, com mais de quatro milhões de votos. Mas haverá pressões, sim, dos partidos políticos que o apoiaram.

Assim como o PT pressiona a Assembleia Legislativa e deixa o atual presidente da Casa, Marcelo Nilo, em dificuldades para se reeleger para o posto.

É uma luta interna, conseqüência do fortalecimento no Estado do PT. Se aqui a formação da equipe tende a ser uma ação supostamente suave, tal não deve acontecer em relação ao ministério de Dilma Rousseff, que está em Seul e assim que retornar ao Brasil terá que se debruçar sobre o seu mosaico. Não é nada fácil.

A presidente eleita chegará à Presidência com o apoio de um arco constituído de dez legendas. E todas querem a parte que cada uma acha que lhe cabe no latifúndio da República, e todas formam a maioria no Congresso.

Ela dispõe de muitos cargos.

São 37 ministérios, postos importantes em inúmeras estatais, o segundo escalão inteiro, enfim, termina (é sempre assim) acertando na nomeação de alguns e errando escalando incompetentes.

Nada que não possa ser corrigido durante a gestão, embora haja o risco de pipocarem casos de corrupção.

Convém (é inócuo, mas se transforma em compromisso) dizer que não admitirá desvios. Lula admitiu. Mas Lula governou menos e discursou mais, sempre empoleirado sobre palanques.

Ainda agora, quando o País e os jovens estudantes assistem, perplexos, aos acontecimentos em torno do Enem – um projeto que teima em gerar conflitos e problemas –, Lula diz que “o exame do Enem foi um absoluto sucesso”.

Ora, passou a fase do engana-engana. A campanha eleitoral e suas mentiradas acabaram. Nada lhe custava lamentar o acontecido.

Como Dilma vai resolver a questão do seu ministério, não se sabe, nem faço suposições.
Ela terá pouco mais de 40 dias para isso, antes da posse, naturalmente. Ainda enfrentará um problema. Deverá governar com grande maioria na Câmara e no Senado, o que é bom para a governabilidade, mas abrirá espaço para cobranças de parlamentares, cada um interessado no quinhão que acha ter direito.

Nos trilhos da Bahia I A Ferrovia Oeste-Leste, que traria, ou trará – já não sei bem – as riquezas agrícolas do oeste baiano para o Porto Sul, em Ilhéus, também em projeto e envolvido em dúvidas e problemas, sobretudo com ambientalistas, ou supostamente ricaços mascarados de ambientalistas, está sob suspeição antes mesmo de começar.

O Tribunal de Contas da União, que encontrou graves irregularidades no projeto da ferrovia, avisa que há fortes possibilidades de bloquear as verbas orçamentárias a ela destinadas.

A ferrovia é uma promessa e um sonho que atravessou décadas. Sonhou com a ferrovia o engenheiro e deputado federal baiano em diversos mandatos Vasco Neto, já morto. Vasco via a ferrovia cortando o Estado da Bahia até chegar à Baía de Camamu, onde seria construído o Porto de Campinho. Com o alargamento das fronteiras agrícolas da Bahia em direção ao oeste (antes a região era chamada de Além São Francisco), o sonho mudou, mas permaneceu tendo como destino o Porto Sul, já citado.

Sonho difícil. Nem uma dormente sequer foi colocada e o TCU já está apontando irregularidades graves. Na verdade, o que Vasco Neto lutou durante toda a sua vida é hoje obra do PAC. Corre risco de se transformar num pesadelo.

Nos trilhos... – II Aqui em Salvador, no mais denso caso de corrupção – e houve corrupção mesmo –, já há trilhos assentados num projeto iniciado há 11 anos que engoliu mais de um bilhão e centenas de milhões de reais. Atravessou as duas gestões municipais de Antônio Imbassahy e invadiu a de João Henrique, já no seu segundo mandato.

O metrozinho de seis quilômetros, que, com tal extensão, não serve para absolutamente nada, voltou à mira do Tribunal de Contas da União. Já esteve paralisado por este tribunal diversas vezes.

Por superfaturamento e execução de obras não previstas.

A brincadeira dos gestores agoniza. Quando for inaugurado, o metrô parte da Estação da Lapa (já não sei se é de lá mesmo) para chegar alugar nenhum. O metrô de Salvador é um acinte.

Os “erros” – quanta bondade – estão às vistas. A começar que, para nada, fizeram um elevado monstrengo na Avenida Mário Leal Ferreira, a Bonocô, quando ele, o tal do metrozinho, deveria passar entre uma pista e outra da avenida. Mas, não. Embaixo do elevado, para aproveitar a sombra, construíram um parque infantil.

Alguém também faturou uma “pontinha”, ali.

Porque o parque não presta para nada. Muito pelo contrário.

É uma ameaça às crianças que arriscam utilizá-lo. Já foi condenado.

Nos trilhos... III O senador eleito, Walter Pinheiro, garante que a futura gestão do País ampliará o metrô.

Acreditam? Admitamos que isso aconteça. Mas agora vem o pior, o absurdo total.

Pinheiro, que é um parlamentar correto e será, creio, um senador de destaque, disse que o Estado pretende punir quem usufruiu dos recursos do metrozinho. Em palavra mais direta e correta: vai punir os corruptos.

Boa anedota.

Ora, ora, Pinheiro! Já foram instaladas duas CPIs na Assembleia para investigar a roubalheira do trem perdido.

Uma só foi instalada. Parou por aí e a outra se perdeu pelas gavetas da Assembleia, pela ausência de parlamentares para dar quórum. Enfim, as CPIs saíram por pressão da opinião pública, mas foram apenas uma brincadeira, como brincadeira é o ferrorama.

Convém cobrar mais adiante o que promete Walter Pinheiro. E toca o bonde para a Lapinha. Melhor: toca o trem Oeste-Leste.

As CPIs saíram, mas foram só brincadeira, como brincadeira é o ferrorama.




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