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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

DILMA, UM CÉU SEM ESTRELAS


Terça, 07/12/2010

Samuel Celestino

Até aqui, os ministros escolhidos por Dilma Rousseff são nomes que não empolgam.
Todos estão na faixa mediana que, em separado, nenhum deles oferece perspectiva de brilhar a partir de um trabalho marcado pela excelência.
No conjunto, talvez.
Estou a me referir aos ministros anunciados, quase todos indicados por Lula – o senhor dos anéis – integrantes do seu governo que se finda, do primeiro ou do segundo escalões. Não haverá estrelas no céu do governo Dilma.
Os nomes lembrados pelos partidos, alguns já indicados especialmente pelo PMDB (que continua esperneando querendo mais) não têm brilho.
A não ser que entendam que Edson Lobão, homem de Sarney, que deverá ficar com Minas e Energia seja um “expoente”, figura cintilante.
Não o é nem como gestor nem como político. Seu filho, o “Lobinho”, este sim. Já esteve envolvido em maracutaias e“ brilha”nesta área que, como se sabe, é opaca e turva.
Pelo menos participou de supostos ilícitos e está por aí flanando na vida.
Moreira Franco, outro a ser indicado, grudou-se a Temer querendo a parte que lhe fora prometida. Perambula pela política há tempo sem despertar entusiasmo a quem quer que seja. Nem a ele próprio, creio.
Os outros não destoam dessa linha.
Michel Temer é o vice que manda no PMDB, mas,até aqui,não parece que lhe serão dados espaços confortáveis no futuro governo.
Curiosa a empertigada figura de Temer, que tem conceito positivo como professor de direito. Ele comanda uma das “várias bandas” do partido que, nesse aspecto, só perde para as tais tendências do PT, um partido rachado por dentro que o presidente Lula consegue unir por fora.
Só Lula é capaz disso. Se não tivesse esta capacidade, eles se estraçalhavam.
O Brasil se libertou a ditadura militar há 25 anos. É incrível, no entanto, como os militares deixaram marcas políticas que perduram na democracia brasileira.
A ditadura, logo de largada (Ato Institucional 2) dizimou os bons políticos da fornada pós-Constituição de 1946.
Quem chegou à democratização, chegou velho,ou quase, e já com pouca sintonia com o povo. Mesmo assim, permaneceram Leonel de Moura Brizola, Franco Montoro, Mário Covas e outros poucos. Os maiores deles morreram: Tancredo Neves, como presidente eleito, e Ulysses Guimarães tragado em pleno vôo de helicóptero que caiu no mar, em São Paulo, provavelmente próximo à Praia dos Sonhos. Bem adequado para o corpo do homem que o mar se recusou a devolver. Ninguém mais.
Depois do final da ditadura, poucos despontaram no cenário.
Entre eles, Lula e Fernando Henrique Cardoso, para citar dois presidentes.
Não cito Sarney. O presidente do Senado veio lá de trás, da Banda de Música da velha UDN e mergulhou no ciclo militar recebendo todas as benesses.
Viveu o período à sombra dos quepes dos generais e ao lado das suas botas,sendo nomeado governador do Maranhão duas vezes e presidente do partido que respaldava a ditadura. Sarney rompeu quando o regime entrara nos seus estertores.
O destino determinou o resto: a morte de Tancredo Neves e a sua ascensão, como vice, à Presidência da República.
José Sarney continua aí dando cartas, agora à sombra da barba do presidente Lula.O veterano oligarca, se o tempo não tomar cuidado, vara o século XXI. É fenômeno como equilibrista.
Na verdade, olha-se para a planície e para quem faz política e o que se vê é uma manada de iguais. Como as dos bisões que vagavam pelas planícies americanas, até serem abatidas pelos colonizadores.
Dessa maneira, não se devem esperar estrelas no ministério de Dilma, porque o Brasil já não as têm. Nem estrelas errantes. As únicas estão aprisionadas à bela bandeira, pendão da esperança.
Então, Dilma vai mesmo assim, com nomes indicados por Lula e pelos partidos políticos conforme os interesses que podem ser amplos com bocas imensas, aterrorizantemente imensas.

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