Quase 700 mil toneladas de produtos deixam de ser embarcados anualmente em portos baianos, por conta da falta de infra-estrutura. A Bahia perde para Pernambuco, Ceará, Espírito Santo e Rio de Janeiro um volume de cargas equivalente a 39% do que exporta. Prejuízo grande, que o governo do Estado pretende eliminar com investimentos na estruturação das unidades portuárias de Salvador, Aratu e Ilhéus, além da instalação de mais um porto na costa ilheense.
Admira a pesada reação que alguns setores opõem à construção do novo porto na terra de Jorge Amado, cuja população ainda parece acreditar na possibilidade de um progresso que decorra, única e exclusivamente, de suas belezas naturais e do fato de que o célebre escritor viveu a infância nas imediações do Vesúvio.
As críticas ao projeto do governo espantam porque não se revestem de dados concretos sobre o suposto impacto ambiental. Aliás, impacto certamente haverá, mas será tamanho a ponto de condenar o porto?
O interesse pela conservação do local onde será construído o terminal portuário, uma Área de Preservação Ambiental (APA) no litoral norte de Ilhéus, é legítimo, mas ser liminarmente contra o projeto é equivocado. A principal questão a ser respondida é se o impacto ambiental será administrável ou sustentável. Em sendo, faça-se a obra, que pode permitir a Ilhéus reencontrar o caminho do desenvolvimento.
Aliás, não custa lembrar que a cidade já foi um grande centro de distribuição de produtos para todo o sul da Bahia, até que Itabuna passou a ser beneficiada pelas BRs 101 e 415. Começava aí a história de que Itabuna tem um comércio forte, enquanto o da cidade vizinha capenga.
Não há que se buscar explicações em oráculos, pois a única resposta é infra-estrutura. Quem não tem, fica “a ver navios” e até comemora a chegada de transatlânticos que estacionam por 10 horas no porto do Malhado e vão embora, deixando os nativos com os corações orgulhosos e bolsos não muito cheios, mas com uma felicidade inexplicável de quem aprendeu a se contentar com pouco.
O que espanta com relação às críticas ao novo porto é a sua má-vontade escancarada, como se os que são contra a idéia já estivessem certos de que ela é imprestável. Falam com tal convicção, que podem até acabar convencendo o governo a levar os investimentos para outras águas, como as da bacia de Camamu. E um dia os arautos do subdesenvolvimento vão chorar e reclamar porque Ilhéus vive tão desassistida.
Para apimentar essa polêmica, é possível lembrar alguns exemplos de que o meio ambiente em Ilhéus não tem sido assim tão bem protegido como deveria. Aliás, a destruição ambiental é tranquilamente aceita no município em situações que não traduzem a busca pelo desenvolvimento.
Ilhéus permite que seus manguezais, berçário de inúmeras espécies marinhas, sejam invadidos por construções ilegais. A fantástica Mata da Esperança, uma das maiores florestas urbanas do Brasil, tem sido devastada diariamente e não demora a ser ocupada por favelas (é só passar pelo Banco da Vitória para ver que alguns barracos já foram construídos na encosta da mata).
E mais: todo o esgoto do Pontal é despejado na baía sem tratamento, o mesmo acontecendo com os dejetos de praticamente todos os municípios, distritos e povoados cortados pelos rios Cachoeira, Almada, Santana, entre outros. É inaceitável que o xixi e o cocô de oitenta e cinco por cento dos mais de 210 mil habitantes de Itabuna acabem despejados in natura no litoral de Ilhéus, depois de poluir o Rio Cachoeira.É inaceitável, mas contra esse tipo de destruição ambiental o ilheense não se manifesta. Pensando bem, “inaceitável” não é a melhor palavra. Mais correto seria dizer “inexplicável”..*Advogado e jornalista
3 Comente leiaopimenta@gmail.com Pimenta às 13:44
Excelente o artigo escrito por Ricardo Ribeiro e postado no blog irmão pimenta a respeito da "guerra" das Ong's contra a instalação do novo porto. Primeiro é bom lembrar, e o Ricardo fez muito bem isso, que essas mesmas Ong's - milionárias - nunca fizeram alarde contra a invasão de parte do manguezal da estrada Ilhéus Itacaré, da Mata da Esperança, dos esgotos despejados nas praias, inclusive os da vizinha cidade de Itabuna, portanto, só nos resta crer que exista algo mais por trás desta discussão, principalmente porque essas mesmas Ong's são financiadas por empresas particulares, com interesses escusos e com ligações "estranhas" com grupos de hotéis e empresas do setor de turismo.Mais estranho é constatar, e ninguém disse ainda publicamente isso, que um mega hotel estava sendo construído exatamente no local onde será o novo aeroporto, portanto, esse é hoje, mais prejudicado e intere$$ado que o projeto seja tirado dali para outras águas. Não estamos com isso dizendo que as O'ngs estão a serviço desse ou daquele setor, só achamos estranho, discursar por "desenvolvimento" sustentável e na prática só pensar no "sustentável", desenvolvimento que é bom, só para si.Depois é fácil constatar que agressões ao meio ambiente ocorrem debaixo das fuças daqueles que se arvoram seus defensores, é só fazer um passeio em Mamoan ou na barra do Sargy para ver que as construções não obedecem nenhum dos pré-requisitos ambientais e cadê essas ong's, instaladas lá, na mesma área, que não enxergam, pra denunciar a quem de direito e espernear? No Sargy, por exemplo, quase não existe mais área de mata, pois a reserva legal exigida por lei para construir nunca foi e nem é respeitada, portanto senhores (as) ambientalistas parem de fazer discursos inflamados e vazios e vamos falar a verdade, a quem interessa a não construção deste empreendimento que trará tantos benefícios para a combalida e agonizante economia local e regional? E o principal, se vai haver impacto, como vamos fazer para diminuí-los? Quais as medidas mitigadoras que vamos exigir do governo e dos investidores, vamos exigir do governo que oficialize a Câmara de Compensação e que nós, sociedade civil, e não só as ong's, estejamos lá representados para dizer de quanto será o percentual do investimento do empreendimento que irá para ações mitigadoras e recuperadoras dos impactos ambientais causados. è isso que acredito quer devamos discutir, o resto, é palco, picadeiro e palanque.* Professor e graduando de jornalismo
Postado por Sarrafo às 3/23/2008 03:44:00 PM
OS ERROS DOS GOVERNOS...
Postado por Sarrafo às 3/23/2008 03:44:00 PM
OS ERROS DOS GOVERNOS...
O grande erro dos Governos tanto Estadual quanto Federal, foi ainda não ter mostrado para a sociedade toda a magnitude do Complexo Inter-modal do Porto Sul.Isto está dando margem a discussões que passam longe dos benefícios que vão ser gerados. Quem já teve acesso ao Projeto, sabe da exploração do minério de ferro, urânio, areia (a melhor do mundo para tubo de imagem), da criação do pólo de etanol. Sim a Bahia é apenas uma produtora, os outros estados é que são os exportadores. A Bahia continua pobre e os outros enriquecem.Por onde passarem a ferrovia, as rodovias e hidrovias, num processo interligado, vão tirar a miséria e colocar a oportunidade de agricultura de subsistência, e familiar, a produção poderá ser escoada.Claro que isto tudo vai gerar certo impacto ambiental, que já foi estudado e equacionado por organismos do setor, que tem autoridade e competência para isto. Não se fazem omeletes sem quebrar os ovos. Por certo não haverá desertificação da área como apregoam alguns.Agora se negócios comerciais estão sendo prejudicados, paciência, todos os negócios tem seus riscos, o jeito é dar seus pulos e se arrumar da melhor maneira possível.
Postado por Sarrafo às 3/23/2008 08:07:00 AM
7 comentários:
so afavor do desenvolvimento na rejiao como estudante de turismo tenho certesa que vai ser bom para todos em gueral. isso porque conheso e moro no locel e sei que ate hoje ninguem feis nada de bom por la.
eu quero saber se esse porto num vai ser como o porto de tubarão que tem um depósito de minério perto do porto..ao ar livre..trazendo a maldita poiera vermelha da morte para nossos pulmões..assim como as do porto da cidade de tubarão...?
Caro Srs. Grapiunas, sem dúvida o Porto Sul é suma importância, basta aguardar o EIA ( Estudo de Impacto Ambiental ) a ser apresentado a sociedade como fundamenta a Constituição Federal, e assim tecer a nossas considerações, e estrategicamente levar o estudo de impacto ambiental a nível federal, para uma amplamente discussão em todos as esferas.
Quanto ao minério a ser exportado até então, é Ferro "Pelotas", não existe urânio neste projeto. E essencialmente os grãos de soja.
E venha o desenvolvimento, mas de forma útil a nossa sociedade Bahia.
Geólogo Marcos Cambra, 090509
Olha mesmo um porto para minérios em pelotas, a movimentação deste material lança finos de minério na atmosfera.
Já ouvi dizerem que o minério seria transportado por mineroduto (polpa de minério fluidizada em água). Assim sendo, nada de pelotas, é pó mesmo. Se for este o caso, haverá uma unidade de beneficiamento para secagem e carregamento dos navios.
Além disto é cedo para dizer que a mineradora no interior irá investir numa unidade de pelotização. É muita especulação.
Por mais boa vontade que se tenha, haverá emissão de finos de minério na atmosfera. Isto é inerente ao processo de movimentação de minério, seja ele granulado, pelotas, sinter feed, ou qualquer outra variação. Não se enganem.
Acordem. A área da Tulha foi escolhida por ser plana e não demandar grandes investimentos com terraplanagem para o retroporto e pátio de manobras ferroviárias. Esqueçam essa análise divulgada.
Que venha o porto sul so assim podemos acreditar que Ilhéus e a região começara o ciclo de desenvolvimento extagnado a décadas, provocando o êxodo de milhares de pessoas da região.
que venha o porto sul,nossos cidaãos, de ilhéus e circunvizinhos estão precizando de gerar rendas para dar suporte a nossa familia,êste que implantaram por aque so resolve a cituação de empresários ganaciosos que querem tudo para êles.
Sou contra a construção do Porto Sul, porque destruirá uma área de reserva ambiental grande, onde possuem espécies raras de animais em extinsão e de espécie única, além de prejudicarem mais de 250 famílias tibeirinhas que ali residem a anos para a construção de uma obra de superfaturamento que beneficiará mais países Europeus e Asiáticos (China) do que o próprio Brasil. A poluição Ambiental será de proporções incalculáveis. A Bahia precisa de investimento em Educação, Saúde e Segurança Pública que ta deixando a desejar, segundo dados do Ministério da Saúde, da Educação e da própria secretaria de segurança, além dos índices mostrados pelos jornais e telejornais da região.
Alonso Souza.
Ilhéus-Ba.
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