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Terça, 07/12/2010
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O prefeito de Ilhéus, Newton Lima, ficou quase uma semana com o decreto de exoneração do secretário afastado de Ação Social e Trabalho, Augusto Macêdo, assinado sobre a sua mesa. Mas preferiu aguardar o que considerava uma medida mais digna, que era o secretário pedir exoneração. Pode ter errado na estratégia. Nesta terça-feira (07) à tarde, na Câmara de Vereadores, Augusto Macêdo chamou Newton Lima de “Rei” e disse que a diferença que seu governo tem do parlamentarismo comum, é que nele não há apenas um Primeiro Ministro. "Há dois", numa referência direta aos secretários da Fazenda, Jorge Bahia, e de Governo, Alcides Kruschewsky.
Durante sua apresentação aos vereadores, Macêdo disse que pedirá para sair quando for concluída a auditoria que a pasta está passando. Mas fez questão de salientar que o município de Ilhéus poderá perder a gestão plena da secretaria municipal de Ação Social e Trabalho por não ter colocado em prática a sua execução desde 2005. O estado, segundo Macêdo, já notificou o prefeito Newton Lima para que faça imediatamente a descentralização financeira da pasta e caso isso não seja feito imediatamente, o município vai ficar sem recursos a partir de janeiro.
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Macêdo relatou ainda que mesmo depois do relacionamento ter terminado, ainda conversou algumas vezes com Letícia pelo msn e gravou as conversas "só por um ato de saudade". Nela, Letícia informava que iria conversar com o prefeito, estimulada por pessoas do governo. "Eu disse vá. Mas ela, quando foi, contou verdades e inverdades", afirmou o secretário afastado.
Acusação grave - Em uma das mais graves acusações que fez no plenário da Câmara, Macêdo levantou suspeita sobre a atuação do secretário da Fazenda, Jorge Bahia, em uma negociação para o aluguel temporário de um imóvel até que a sede própria da sua secretaria fosse reformada. "O dono não fechou o contrato por que ouvi dele que o valor que acertou com Jorge Bahia não era o que estava no processo".
Macêdo negou veementemente que soubesse que Letícia Lázaro recebia recursos provenientes do Bolsa Família. E disse que outros 530 funcionários públicos estão numa lista que se encontra em poder da Controladoria Geral da União (CGU). Mas isto, segundo Augusto, não significa que todos estejam irregularmente ligados ao programa. Se dizendo vítima de um "linchamento público" por parcela da imprensa de Ilhéus, Augusto Macêdo disse que vai tomar as providências judiciais para restabelecer o que considera "a verdade". "Alguns (jornalistas e radialistas) se utilizaram, inclusive, do método nazista alemão para me atingir", afirmou.
Durante sua participação na Câmara, Augusto Macêdo fez questão de salientar que é aliado da deputada estadual Ângela Sousa e teve dela todo o apoio para que todas as denúncias pudessem ser apuradas. Não se sabe se a ida dele à Câmara teve também a anuência da deputada e do filho dela, o vice-prefeito Mário Alexandre. Mas, pelo conteúdo exposto pelo secretário afastado, na terra de um "rei" e de dois "primeiro-ministros", ele só não é o "bobo-da-corte"
JBO
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