Agora, o segundo turno
Segunda, 04/10/2010
por Cristiana Lôbo |
Os 135 milhões de brasileiros que foram às urnas no domingo passado, agora vão ter de fazer a escolha do novo presidente entre dois candidatos muito parecidos: Dilma Roussef e José Serra tem perfis semelhantes – a origem na esquerda, se apresentam como gestores públicos, e nenhum deles é carismático.
O desafio deles será o de conquistar os 20 milhões de eleitores que preferiram Marina Silva – a candidata verde que, na última hora, conquistou os jovens, moradores de áreas urbanas e, também, moradores de periferias das regiões metropolitanas e foi a responsável por levar a disputa para o segundo turno.
O resultado da eleição mostra que foram acentuados os movimentos das últimas semanas. Dilma começou a perder eleitores em regiões urbanas, em particular no Sudeste e no Sul. Isso pode ser decorrência de excessos de Lula em seus discursos nas últimas semanas. Uma exemplo é Santa Catarina, onde ele no palanque falau em exterminar o DEM e a liderança do partido no Estado, Jorge Bornhausen, a decisão foi eleger já no primeiro turno Raimundo Colombo, do DEM, e ligado a Bornhausen. O mesmo movimento se deu no Paraná e em São Paulo.
Marina Silva foi decisiva no resultado eleitoral porque ela tomou votos de Dilma Roussef, em especial, o eleitor “classe C”, que foi muito beneficiado pela expansão econômica do país no governo Lula, ele “subiu na vida”, como gosta de dizer o presidente Lula, mas um contingente importante mudou o voto para Marina em função do debate sobre o aborto. O que mais pegou é que Dilma, percebendo o movimento, fez uma declaração contra a descriminalização do aborto, mas uma outra entrevista dela em favor da descriminalização do aborto foi mostrada ao mesmo tema. E, assim, adversários políticos mostraram a nova declaração como um objetivo apenas eleitoral. E, ainda, a conquista do eleitor jovem que esteve distante da política e desencatado, voltou a participar com Marina Silva.
Nesta rodada, os dois candidatos que chegam ao segundo turno não devem esperar muito tempo para retomar a campanha e conquistar estes eleitores. Já nesta segunda-feira, se reunem para definir estratégias. O desafio de Dilma é encontrar algo mais para mostrar ao eleitor além do presidente Lula, que é popularíssimo, mas está em fim de mandato e um discurso já bastante usado, não é mais novidade pois foi o carro-chefe da campanha em primeiro turno. Serra ampliou de forma significativa o promessômetro – como aumentar o salário mínimo para R$ 600,00; o reajuste das aposentadorias e outras bondades.
g1
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