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quinta-feira, 30 de outubro de 2008

QUEM TEM DOIS, TEM UM...

Noiva de 2010, PMDB pode ter 'dois maridos'.

O mapa eleitoral que emerge das urnas impacta a corrida presidencial de 2010 em pelo menos três aspectos: o governador de São Paulo, José Serra, se projeta em definitivo como o presidenciável tucano, o PT enfraquecido dá autonomia ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para conduzir o processo de sucessão e o PMDB, fortalecido nacionalmente neste pleito, se afirma como a "noiva" cobiçada por tucanos e petistas. A análise é de cientistas políticos. A reportagem é de Ana Flor e Cláudio Dantas Sequeira e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 28-10-2008.Para especialistas, o PMDB terá a opção de manter a coligação com PT ou nacionalizar a união com o PSDB. Existe ainda a possibilidade de lançar um nome próprio, como observa Celi Jardim Pinto, cientista política e diretora do Instituto de de Filosofia e Ciências Humanas da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)."Aécio [Neves, governador mineiro do PSDB] pode se tornar o nome forte que o PMDB busca. A hipótese não é de toda obscura e agrada a Lula, que gostaria de ver a oposição dividida", diz Celi. Para a especialista, o mineiro poderia deixar o PSDB. Apesar da vitória de dois de seus afilhados, em Belo Horizonte e Juiz de Fora, Aécio saiu "chamuscado dessas eleições", diz David Fleischer, professor emérito da Universidade de Brasília (UnB).O cientista político ressalta que tucanos alimentam o sonho de lançar "uma chapa puro sangue", com Serra na cabeça e Aécio vice. "Garante boa parte do eleitorado de Minas e de São Paulo, os dois maiores colégios do país. Mas o PSDB ainda teria que buscar votos no Sul e no Nordeste", afirma.Nesta dobradinha sobraria pouco espaço para acomodar o PMDB, o que abriria caminho para o presidente Lula negociar com o PMDB. O cientista político Carlos Alberto Furtado de Melo, do IBMEC, acha que a eleição deste ano "mostrou que Lula é muito maior que o PT e que não há transferência de voto. "Perderam os setores que poderiam sair vitoriosos e, assim, interferir no processo de sucessão."Melo e Fleischer dizem que o PMDB não conseguirá coesão nacional e deve se dividir entre Lula e Serra. "É provável que o PMDB de São Paulo esteja com Serra. Mas não dá para dizer que [Roberto] Requião (PR), e o Sérgio Cabral (RJ) seguirão."O professor de Ciência Política da USP Gildo Marçal Brandão concorda. "O PMDB nunca foi unido." Ele afirma que as eleições municipais derrubaram a crença de que grandes líderes, nacionais ou regionais, elegem quem quiserem. "A idéia de que Lula e Aécio elegem "um poste" não é assim".
Postado por MADEIRA DE DÁ EM DOIDO

Um comentário:

Anônimo disse...

Geni,PT e o PMDB



Editor de Política
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Parcelas do PT baiano passaram a tratar o PMDB como a Geni ( de Geni e o Zepelim) de Chico Buarque. Estão ávidos para jogar a pedra na Geni por entender que ela (ou ele?) é feita para apanhar, e boa de cuspir.Para o PT, seguindo a seqüência da composição de Chico, Geni dá para qualquer um e por isso é uma maldita. Geni, ou o PMDB como queiram os petistas, reforçou a aliança no segundo turno atraindo o Democratas e o Partido da República. Lógico que o PMDB nega que dê para qualquer um.
Os novos parceiros foram bem-vindos porque tinham ( e têm) peso eleitoral e contribuíram para a vitória de João Henrique sobre Walter Pinheiro com uma diferença de mais de 218 mil votos de frente. Daí que os peemedebistas enfezam a cara quando o PT insinua que “ de tudo que é nego torto, do mangue,do cais do porto,ela (Geni ou o PMDB?) já foi namorada.O seu corpo é dos errantes, dos cegos,dos retirantes, é de quem não tem mais nada”. Não é bem assim. O PMDB fez a sua parte.
O PT não cumpriu o acordo de apoiar a reeleição de João. Nesse caso específico, sem querer usar uma expressão pesada, o PT foi leviano. Por isso o PMDB pode e deve,sem medo de ser infeliz, abrir a boca e colocar o ex-aliado também na condição de Geni, aquela que dava desde menina, na garagem,na cantina,atrás do tanque, no mato. Aquela que era a rainha dos detentos, das loucas,dos lazarentos, dos moleques do internato”. Hoje,o casal que se dizia ter encontrado a alma gêmea, se alimenta do próprio veneno.
Talvez por isso, o PMDB desconfie que,como na obra de Geni, o PT também vai amiúde com os velhinhos sem saúde e as viúvas sem porvir. Mas o PT,em compensação, acha que o PMDB,seguindo Geni, é um poço de bondade e é por isso que a cidade vive sempre a repetir: joga a pedra na Geni. Não quero me valer da belíssima e inteligente letra de Chico para tentar caracterizar o clima de animosidade entre as duas legendas. Burramente elas caminham para o rompimento. Travam,assim, de uma vez por todas, possíveis entendimentos sobre propostas e projetos que têm e?????????C?:m comum. Mas,como já dizia o ditado, quando um não quer, dois não brigam. Aliás,os dois brigam exatamente porque não mais se suportam.
E, aparentemente, não há santo que dê jeito. O PMDB terá de arrumar as malas e as cuias e tirar o time de campo – por bem ou por mal. Espero que esteja enganado. Espero que não passe de contratempos naturais na política. Geni, que se recusou a deitar com um forasteiro, acabou sendo convencida e seduzida a fazê-lo ante a pressão da multidão que se abateu sob suas costas. Sentindo-se bajulada (PMDB ou PT querem ser bajulados?) ela teve de atender aos apelos externos. Mas “ao ouvir tal heresia/A cidade em romaria/Foi beijar a sua mão/O prefeito de joelhos/O bispo de olhos vermelhos/E o banqueiro com um milhão/Vai com ele, vai Geni/Vai com ele, Vai Geni//Você pode nos salvar/Você vai nos redimir/Você dá pra qualquer um/Bendita Geni”.Bem, PMDB e PT não cedem.Aproveitando-se do vácuo, o PP,que seria uma Geni menos exposta, está de olho na butique do governo,em cujas prateleiras estão dispostas valiosas mercadorias em forma de cargos. O PP é menos – muito menor que o PMDB,em todos os sentidos.No entanto, para o PT antes cinco pássaros nas mãos do que nove voando. Cada pássaro citado representa um deputado na Assembléia Legislativa.
A Geni que cedeu o próprio corpo para salvar a cidade ameaçada lamenta, na nossa história aqui, que a política seja um jogo de traições. A Geni de Chico, depois de deixar o alienígena lambuzar-se a noite inteira até ficar saciado e partir numa nuvem fria com seu zepelim prateado,virou-se de lado e tentou até sorrir. A parte do PMDB e a parte Geni do PT merecem,pois, o mesmo tratamento final da Geni de Chico: “Joga pedra na Geni/ Joga bosta na Geni/Ela é feita pra apanhar/ Ela é boa de cuspir/ Ela dá pra qualquer um/Maldita Geni”.