Segunda,03/01/2011
Em campanha, Dilma Rousseff fez da execração das privatizações um mote contra o tucanato e seu representante, José Serra.
Empossada, a sucessora de Lula prepara um plano para privatizar os principais terminais de aeroportos do país.
Os repórteres Valdo Cruz e Ana Flor informam: sob Dilma, o governo confiará à iniciativa privada a construção e a operação de aeroportos.
Entre eles os novos terminais de Guarulhos e Viracopos, em São Paulo. A coisa virá por medida provisória, provavelmente ainda em janeiro.
O texto deve incluir a abertura do capital da Infraero, estatal aeroportuária, e a criação de uma nova pasta para cuidar da aviação civil.
Será uma secretaria, pendurada no organograma da Presidência da República. O titular terá status de ministro.
Vai incorporar repartições hoje vinculadas à pasta da Defesa, que gere o setor. Coisa já acertada com o ministro Nelson Jobim.
Operadores de Dilma já contactaram companhias como TAM e a Gol, interessadas em construir e operar novos terminais.
A ideia é que o governo delegue a exploração do negócio a mãos privadas por meio de contratos de concessão. A vigência deve ser de 20 anos.
A providência é tão útil quanto inevitável. Os aeroportos estão saturados. E o governo não dispõe de caixa para desafogá-los.
Não resta senão recorrer à iniciativa privada. Obviamente, Dilma será acusada de ter esgrimido na campanha a empulhação do antiprivatismo.
Porém, chegou a hora de aplicar ao lero-lero hipócrita dos palanques a lógica que guia os peladeiros: treino é treino, jogo é jogo.
Josias de Souza
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